quarta-feira, 13 de julho de 2011

FENOS

Pela manhã entrevistei o Alexandre, um jovem produtor local de sabonetes. A seguir ao almoço, a Dina - a camera-woman - e eu rumámos a Gralhas para registar o modo com a comunidade está a gerir a reconstituição das carvoadas. Tinha pensado em recolher testemunhos na junta de freguesia, local habitual de reunião da comunidade, pois sabia que os informantes que tinha identificado no meu primeiro contacto com a aldeia, estavam a ter um encontro promovido pela Biblioteca Municipal.


(Fardo de feno)

(Detalhe da forquita usada para juntar o feno)

Contudo, enquanto esperávamos que o encontro terminasse, fomos convidadas para assistir ao juntar e enfardar do feno. E lá fomos nós. Lá estavam o Domingos Pita e o João Bengalas que eu já conhecia da minha primeira visita à aldeia. E a D. Ana, que liderou os cantares nos momentos de pausa:

À entrada deste povo
Moro na casa primeira
Ó Rosa, ó Rosinha
Logo na casa primeira
Ide escolher uma rosa
Sem pôr a mão na roseira
Ó Rosa, ó Rosinha
Sem pôr a mão na roseira
Dizes que me queres bem
Querer bem não é assim
Dizes que me queres bem
Querer bem não é assim
Ó Rosa, ó Rosinha
Querer bem não é assim
Ai, viva Gralhas, viva Gralhas
E eu também digo que viva
Viva Gralhas, viva Gralhas
E eu também digo que viva
Ó Rosa, ó Rosinha
Eu também digo que viva
E eu ainda tenho em Gralhas
Por quem dar a minha vida
E eu ainda tenho em Gralhas
Por quem dar a minha vida
Ó Rosa, ó Rosinha
Por quem dar a minha vida


(Juntar o feno antes da chegada da enfardadeira)

Acabámos, no meio dos trabalhos agrícolas, por registar aquilo que nos tinha levado à aldeia: as leituras divergentes sobre a reconstituição das carvoadas. Ficaram já agendadas novas visitas à aldeia. Nomeadamente para filmarmos o fazer das agulhas de urze e para acompanhar a vezeira até ao monte.


(Enfardadeira em ação)

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