sexta-feira, 17 de junho de 2011

NA FORNALHA

Depois de uma manhã passada a fazer fichas bibliográficas, de uma ida ao correio (onde aproveitei para comprar o livro de Mouette Barboff, A tradição do pão em Portugal) com o objetivo de  enviar dois exemplares do livro Negrões. Memória branca para Cascais (Rituss...) e de um almoço vegetariano na Tasca do Açougue (sim, é possível), rumei à ferraria do sr. Fernando, na vila de Montalegre, para uma primeira entrevista.


(Sofrideira em cima da safra)

Já o pai e o avô do sr. Fernando eram ferreiros. Foi com o pai que aprendeu o ofício. Desde que comecei a andar, chegava as coisinhas ao meu pai. A primeira coisa que fiz foi uma machada. Tinha uns 14 anos. Tínhamos que ser dois, eu e o meu irmão. Dei a machada ao meu padrinho. Ficou todo contente.


(Martelo de mão em cima da safra)

Queixa-se o sr. Fernando que agora há pouco que fazer, porque há poucos lavradores. Agora faz-se tudo com os tratores. Antes havia muito que fazer. Era de manhã à noite.


(Detalhe da pedra de amolar na pia da têmpera)

Alguns dos equipamentos e instrumentos que tem na oficina são do tempo do pai. Mesmo o malho pilão elétrico foi adquirido pelo pai.


(Ferro do arado. Feito com molde de terra)

O filho não quis aprender o ofício. Nunca ninguém o procurou para aprender. Ferreiros já não há nenhum. É uma profissão que está a desaparecer.


(Peias para pôr nas patas do gado para fazer os animais andar mais devagar)

Dito dos ferreiros antigos: "papas frias e ferro quente"

Sem comentários:

Enviar um comentário

Acerca de mim

A minha foto
Sou uma antropóloga que só pensa em comida...
Instagram

Seguidores

Arquivo do blogue